sexta-feira, 29 de julho de 2011

Caos

Desamparados debaixo de qualquer telhado;
De um teto incerto, já desabado.
                                                                                          -Queda insana.
Vento límpido a espalhar poeira;
Furacão inseguro a juntar à areia.
                                                                                    - Vestígios.
Olhos assustados a empurrarem;
Olhos pecaminosos a si esconderem.
[Desiludido és tu, oh medo] 

A terra molhada de lágrimas está tremendo.
Terremoto dele. Terremoto dela.
São dois. São um. São nada. [Tudo]

Unhas perfurando. Lábios maldizendo.
                                                                             - Caos.
Coração chorando. Corpo morrendo.
                                                                             - Caos.
Morte se arrastando. Alma envelhecendo.
                                                                             - Caos.

Ela é subsídio inconstante.
                        [Ele talvez]
Ela é o medo incessante.
                         [Ele, eu sei]
Lábios a gritarem os destroços.
Lábios a beijarem o ódio.
[E o amor escasso se refez]

Ele é desilusão arremessada.
                            [Ela talvez]
Ele é as partes desenfreadas.
                       [Ela, eu não sei]

Terra estremecendo, teto desabando.
                                                                             - Caos.
Eles se perdendo, amor se encontrando.
                                                                              - Caos.

15 comentários:

  1. Jay, minha amiga!
    Que sensibilidade, como sempre.
    O caos do ir e vir, desse tal ser humano que é o próprio caos em si!
    Num litigio permanente.
    Lindo!

    Quanto ao blog de meu amigo Jorge Pimenta, é a própria poesia (ele também). Importante para qualquer pessoa, e para ti Jay, que tem muita sensibilidade, além de ser estudante de letras, ter contato com os clássicos, mas também o que se faz hoje em dia de muito bom, é importante.
    Beijos e ótimo fim de semana!
    Estarei sempre aqui!

    ResponderExcluir
  2. Eis um dos textos mais lindos dos quais vi aqui até hoje. Intensidade, Verdade, Humanidade em palavras... gritos silenciosos a ecoar nas almas dos passantes por aqui.

    Fraterno Abraço!
    Beijo Terno!

    ResponderExcluir
  3. E quem é o amor?

    Eu imperfeito o sei, talvez, mas sino-o, talvez...

    Dos teus versos soltos, para o meu coração tão preso a eles!

    ^^ - Jaynne 100%

    ResponderExcluir
  4. Nossa, muito bom Jayne, surpreendente e perfeito o final...

    O amor é sempre uma entrega..um lançar-se no abismo desconhecido...
    E tb dá medo!

    Bjs com carinho

    ResponderExcluir
  5. Em meio a esse Caos seus pés podem te levar a um lugar onde possa enxergar um novo horizonte, como disse em chamada coração( texto que te enviei em forma de depoimento no orkut).
    Alguém ja surgiu, não sei se ja percebeste mas ele esta ao seu lado ou a km de distAncia, esperado para levar - te em fuga para a lua, para um planeta fora do sistema solar, ou para outra dimensão. Abra teu coração e (me, lhe, te) estenda a mão...

    ResponderExcluir
  6. entendeu ?
    - Acho que sim ...
    Meu nome ?
    Vc sabe, vc sempre sabe,
    Bj ...

    ResponderExcluir
  7. Eu amei o seu blog amor, *-*
    confesso que não li todos as postagens desta pagina, mas gostei de ter conhecido esse ligar (l)'

    ResponderExcluir
  8. Jay,
    Eu acho explêndida a forma que você escreve. Gostaria de ter a mesma facilidade em transformar os versos em uma bela obra de arte. Um caos por mais triste que seja, traz o aprendizado. Toda coisa ruim tem seu lado bom e é ele que deve ser valorizado em todo momento.
    Desculpa Jay, mas ultimamente to sem palavras. Um grande beijo, com um carinho imenso

    De seu amigo e leitor, Pedro

    ResponderExcluir
  9. Devo confessar que não leio um texto tão intenso, verdadeiro e humano a muito tempo. Falar de sentimentos, sensação são coisas que muitos fazem, mas poucos conseguem descrever tão bem tais situações.
    Como citou o "Afetos e Ofertas": O amor é sempre uma entrega..um lançar-se no abismo desconhecido...
    E também dá medo!"

    Beijos e sucesso linda.

    ResponderExcluir
  10. Jaynne, que poemas mais lindo! E o caos e os destroços e o amor infinito em meio aos entulhos... Lindo, doce e amargo, mas lindo! Um beijo. :*

    ResponderExcluir
  11. Ótimo, ótimo! Gostei muito da sua escrita, Jaynne!!

    []s

    ResponderExcluir
  12. Olha, esse poema está muito bom, não tem muito a ser dito, e ao mesmo tempo muitas coisas a ser ditas, mas é confuso descrever, mas resumindo, está muito ótimo! E se você puder retribuir a visita ficarei muito feliz viu? Desculpe encomoda-la com este pedido, é que estou começando a divulgar meu blog sabe? Mas ao mesmo tempo não gosto de incomodar as pessoas pedindo visita porque parece que só vim aqui pra isso.

    ResponderExcluir
  13. Uau, que texto mais lindo,lindo mesmo. Como sempre você sabendo como escolher as palavras certas, para colocar nos lugares certos.
    Esse caos, realmente fez um bom texto,rs.
    Parabéns, Jay.

    ResponderExcluir
  14. Ufa, finalmente encontrei um texto que eu não tinha cimentado! Haushahs
    Bem, o que dizer? Esse especialmente tinha um ritmo, uma certa musicalidade... Uma sonoridade que arrepiou os pelos da minha nuca, o caos dentro do amor e do desejo. Amei!
    Beijos!

    Recantodalara.blogspot.com

    ResponderExcluir
  15. a presença do Caos possibilitou a presença da vida; e da vida foram feitos outros meios caóticos e vazios, que nao mais possibilitavam vida; mas o amor foi encontrado em meio a todo o caos e nao era o caos, porque o amor era aquela fonte que fez do nada brotar o tudo, do caos nascer a ordem, a vida....... que texto interessante demais de ler! um abreijo meu!

    ResponderExcluir

Dúvidas ou contribuições?
Deixe seus rabiscos aqui também...