quinta-feira, 26 de maio de 2011

O perigoso desafio de escrever

Linhas, papel em branco e... Você sangra!
Mil coisas em sua cabeça, mas uma em especial te persegue.
Noites escuras, e você ainda sangrando por dentro.
Ninguém entende, por que nem você mesma consegue, e tudo parece assustador em sua volta, até mesmo sua própria sombra, que de tentar fugir já se cansou.
Ah... O perigoso desafio de escrever!
Só lhe restaram agora papel e lápis, mas você tem medo do resultado final, do que vai sangrar pra fora. Você tem medo do personagem ao qual vai se colocar. Se fosse assim tão fácil escrever o que se é, palavras teriam mais sentido e seriam mais sinceras...
Mas você sabe que nem sempre é bom cuspir palavras. Principalmente no arriscado ato de escrever sobre o que se sente!
É arriscado quando o corpo ganha uma nova alma que não é a sua. É estranho deixar-se guiar por ela como se você a pertencesse. E ela te domina, narra à dor que deposita em seu peito, como se ele fosse uma caixinha para guardar tais sentimentos alheios; tão seus.
E seu corpo sente o que sua alma não sente. Suas mãos escrevem uma história que não é a sua, mas que te pertence. Você esquece quem você é, sendo outra. E quando as palavras ali são jogadas, como quem joga pra fora aquilo que não cabe dentro, você sente parte de um não-você saindo. E parte de você vai com ela. Involuntariamente.
 E as lágrimas antes tão suas, agora se tornam águas de outros olhos que não os seus. E o sangue que de você escorre direto para o papel, não possui o seu tipo sanguíneo. E quando você abre os seus verdadeiros olhos, e sua face voltou a ser a sua de verdade, ali você enxerga que derramou mais uma vez o seu sangue com a alma de mais um personagem, tão seu. Tão você.

10 comentários:

  1. O maior caso do escritor é com seu não-eu, seu sangue escorrendo formando os versos, sentimentos alheios; tão nossos, e a conclusão do nosso EU em tudo que foi escrito.

    O grande desafio que você Jay "enfrenta" e a cada escrita, você conquista a cabeça de um leão para contar suas histórias.

    Jaynne 100%

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  2. faço antes e ousadamente algumas sugestões: "tudo parece assustador à sua volta" "um não-você saindo"... e aqui parece mesmo tudo assustador, mas a escritora-poetisa Jay mostra que o assustador assume o inefável, o translúcido e o divinal; parte de nós que não aceitamos é como um "não-eu", "não-você" ou "não-nós", mas precisamos enfrentar esse desafio, e aprender com a poetisa como fazê-lo, porque bem o fizestes, este desafio!

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  4. Adorei Jaynne.
    Realmente é perigoso escrever, você nunca sabe qual será o personagem que ira incorporar, e a história não-sua que será exposta nas folhas.
    Beijos.

    http://ribeiroap.blogspot.com/

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  5. Lindo!

    Palavras são mais que simples palavras,justamente pelo fato de carregar com elas um pouco desse 'sangue' do escritor.

    Escrever remete ao risco da exposição, em compensação pode aliviar a alma e proporcionar um prazer que poucos conhecem.

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  6. São suas as palavras, os sentimentos, as dores. É tudo seu, te pertence, mas é emprestado a outro ser que ganha vida através de você, através do seu não-ser. Porque escrever é estar disposto a doar o seu não-ser e a sangrar junto com ele, junto a cada personagem que surge. Texto excepicional, como tudo que você faz, te adimiro muito minha amigaa, você conquistará o infinitoo!!! shauhsuhsa

    Te amo muitooo! ♥

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  7. E nós sangramos... E a cada texto seu posso ver esses borrões de sangue; de alma. E é um prazer ler essas linhas tão viscerais que vivem no âmbito da intensidade. É muito bom deparar-me com esses sentimentos vivos que as suas palavras exprimem.

    Beijo grande, Jay.

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  8. Oi amiga Jaynne,
    pois é o perigoso desafio de escrever, metafórico ou literal!
    Texto muito bem-escrito, permeia entre o real e ficção.
    Espero que esteja tudo bem amiga!
    Grande abraço!

    Humoremconto
    http://anaceciliaromeu.blogspot.com

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  9. Nossa ótimo texto!
    Super profundo e bem escrito! Parabéns :)

    Beijos,

    Gabi
    Mundo Platônico
    http://gabiiem.blogspot.com/

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  10. Jay,
    Meu pai sempre disse que me acha uma pessoa corajosa. E bem, o seu texto refletiu muito bem o que sempre ele tem me falado. Quem escreve, é corajoso o suficiente pra transparecer em suas linhas, muitas vezes, aquilo que está dentro do seu coração. Na maioria das situações, até vamos contra nossos pensamentos e sentimentos, formulamos uma mentira catastrófica e muita gente acredita. Escrever é um dom, depende apenas de como vamos utilizá-lo.

    Em todo caso, fico feliz por suas palavras. Me dão esperança e força, é algo que minhas singelas inscrições não conseguem desdenhar de maneira perfeita, me perdoe. Super beijo pra você Jay, com carinho!

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