segunda-feira, 28 de março de 2011

Palavras também choram

Jogava-as no papel
Incertas, inacabadas
Escrevia-as tortas
Em linhas indesejadas.

Aquele líquido quente
Descia por face infiel
Não doía mais que as palavras
Essas também sentiam o fel.

Mãos culpadas sobre o papel
Caneta indócil escrevia
As lágrimas que da tinta saíam
Para as palavras
Com tamanha covardia.

Choravam as letras
Essas manipuladas
Por mente doentia
Por dona fragilizada.

Doía nela que sofria
Mas, doía mais nas palavras
Tamanha covardia expressada
Que elas carregam no papel, solitárias
Sentindo em todas as letras, cada lágrima.

Pauta para o Bloínquês- 31ª Edição Poemas.
Quem disse que as palavras não choram?

21 comentários:

  1. Ah, Jay. Que lindo este poema.
    Os poemas quase sempre são tão difíceis de se escrever, pois eles vem chorando, ora de alegria ora de tristeza; Mas esses sempre gotejam em nós como as lágrimas, antes de serem escritos. O seu ficou belíssimo. O modo como cada estrofe expressou o sentimento intenso de quem escreve e de quem (literalmente também) é escrito foi incrível. A sua escrita é admirável e a sua evolução cada dia mais visível.
    Grande beijo querida.

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  2. É, palavras choram e muito. Incrível a maneira como você retratam sentimentos 'ruins' de uma forma tão bela. Adorei Jay :D

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  3. Palavras choram e fazem chorar. Amei o poema amor.
    Ah, há vagas para a equipe do blog. Corre lá e confira!

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  4. lindo os seus posts. Li o suficiente para me tornar uma seguidora de seu lindo blog. Espero uma visitnha pelo meu e quem sabe, vc nao gosta e o segue tb. rs
    bjs, Indy.

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  5. Realmente, as palavras podem ser o que quiserem...
    Lindo poema!!!

    Bjs

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  6. Choram sim, e você soube nos dizer isso com uma intensidade de quem já as viu chorar. Ficou lindo esse poema. Adoro quando escrevem sobre as palavras em si, sobre o poder que eles tem, sobre o fascínio que elas exercem :D
    Bgs e boa semana Jay :*

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  7. Jaynne :D
    Vim agradecer pelos lindos selos que me deste. *---*
    MUITO OBRIGADA MESMO viu *-*

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  8. Olá!

    Poesia bem rimada! Linda!

    "Quebrei a lança, lancei o espaço, um grito, um desabafo..." (Secos e Molhados)

    Ao texto do espelho:
    Se não estamos em nós, onde então devemos procurar por nós mesmos? Estamos perdidos por aí? E sem saber onde... talvez né...

    beijO!

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  9. Muito mais do que chorar por nossa dor ou sorrir por nossa alegria, as palavras fazem com que os outros também as possam sentir, assim com nós. Seu poema está belíssimo. Adorei

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  10. Jay, nem sei porque ainda me pego aqui lendo suas palavras, elas que sempre revelam uma realidade/sonho, essa que talvez nem todos entendam. Dificil não é escrever as palavras, dificil é se fazer parte delas e deixá-las fazer parte de você e ainda entregá-las as outras pessoas, como quem entrega o coração ao desconhecido sem medo do que possa ser feito dele.
    Seja por meio de contos, poemas, 'aquelas suas frases', estórias ou histórias, sentimentos ou fracassos, não importa... Suas palavras sempre chegam sorrateiras e nos derrubam ao chão e nos dominam e nos fazem espectadores de um espetáculo, ontém uma trama, hoje um romance e amanhã, bem, o amanhã é uma surpresa.

    Acho que não preciso de um nome aqui, você sabe reconhecer uma alma né?
    Uma tempestade de palavras ronda sua cabeça agora, estou certo? Escritoras sempre se apropiam dessas para se fazerem tal!

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  11. Sr. Anônimo, eu acho que nessa situação eu preferia um nome sim! Não sei qual sua intenção com esse comentário, mas agradeço os elogios. E, pediria uma identificação, já que me conheces tanto, peço esse direito também!

    Então, que tal um nome? Depois a alma... Se é que eu já não a tenha por descoberta!

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  12. gente do céu, escrever poemas é pra poucas almas iluminadas! Eu nao consigo rimar nem musiquinha de criança quanto mais uma OBRA como essa.

    Aderei mesmo! Eu tiro meu chapéu pra quem sabe escrever dessa maneira!
    *oo*

    Boa semana, Beijos.

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  13. E eu me enxerguei no seu poema Jay, é lindo. Acho belo quem sabe escrever poemas, e mais ainda você que o faz tão bem e com tanto sentimento. Muito belo aqui, parabéns. Duvido qeu você não ganhei no bloínquês. rs ' Um beijo querida. :*

    Me visite também: http://railmamedeiros.blogspot.com/

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  14. Jaynne, o poema está lindo. A elegância é sempre muito aparente em suas palavras dançantes. O sentir de uma lágrima que explora uma dor, que machuca. Você expressou a solidão das palavras de uma forma muito culta e simples e, aliás, adorei esse conjunto de lágrimas que cada letra chorou originando o choro das palavras :D Parabéns pelo dom, minha linda. E muito boa sorte nesta edição do projeto!

    Boa noite!

    Com amor,
    |Cynthia|

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  15. Muito bom minha amiga!
    Literatura!!!
    Cadência, ritmo, um poema envolvente, queremos "digerir" linha após linha!!!
    Grande abraço Jaynne, sem muito mais a comentar!!!
    Ana Cecília Romeu
    http://anaceciliaromeu.blogpost.com

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  16. As palavras choram, sim! Elas choram todas as nossas emoções quando as colocamos no papel!
    Lindo poema.

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  17. Eu acho tão linda esse "poder" de escrever poemas, eu queria saber escrevê-los, mas não consigo, essa coisa de ter que rimar e poetizar muito as palavras, eu não consigo... Mas você expressou tudo muito bem, ficou lindo, profundo e intenso.


    http://cgw-sonhoperdido.blogspot.com/

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  18. isso sim é que é talento
    principalmente a parte das 'mãos culpadas sobre papel'
    simplesmente PERFEITO!!!!!!
    minha nossa....


    http://rgqueen.blogspot.com/

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  19. Muitas palavras tem vida, tem sentimento, e porque não chorariam? adorei, poema perfeito,simplesmente perfeito.

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  20. vejo nas palavras o sofrimento que o próprio poeta sente ao exprimí-las no papel... feito um monje enclausurado, é o poeta aprisionado no dever de dar vida às palavras, para que a vida delas seja, pelo menos, mais significante que a própria.... fiz, há pouco, sobre nós poetas, um texto assim intitulado: A PENA DA PEMA DO POETA, que tem um jogo de palavras semelhante a uma poesia que fiz para Maria Clara (clarinha, chamado: É CLARO QUE A CLARA ACLARA A ESCURIDÃO.

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