segunda-feira, 8 de abril de 2013

Quebrando a Porcelana...


  

      Olho-me no espelho, como se isso fosse mudar quem sou. Como se todos aqueles que viraram as costas fossem olhar de voltar e pedir que eu segurasse em sua mão. Por muitas vezes esperei por uma mão, e só tive a minha própria, suando de medo e trêmulas de tanta insegurança.
    Mas hoje eu sei quem sou, e de quem posso fingir ser. Bonecas de porcelana se racham se caem ao chão, mas eu nunca fui uma boneca de porcelana, eu nunca fui aquele rostinho meigo, nem olhos assombrados. Na verdade, eu nunca fui a garota frágil que perseguia seus sonhos mais íntimos.
    E eu não me importarei se você arder em revolta ao ler essas palavras, porque você nunca teve coragem de abraçar e tocar a boneca de porcelana, talvez eu parecesse surreal demais para você. Pois eu estou aqui agora, gritando quem realmente sou, com meus ensaguentados defeitos que você nunca enxergou. Estou jogando-os em sua cara, então veja-os. Você poderia ter me tocado, me beijado, me abraçado... Eu não iria quebrar. Mas você sonhou demais, teve medo demais e agora estou fora de seu alcance, eu aprendi a segurar minhas próprias mãos.  


Despejando palavras...