quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Coisa


     Chame essa coisa, sim, ela mesma! Chame algo que me empurre ou que me salve, no drama doce e sólido dessa indecisão sobre ser gente. Chame essa coisa sem nome, sem sobrenome. Essa coisa de identidade desconhecida, de chama quente e gélida. Chame essa contradição tão cheia de certeza. Foi essa coragem que o meu medo me trouxe e que me levou à fatalidade de ser gente.
     Traz depressa, essa pluma esvoaçante lá do alto. Chama esse negócio misterioso que o meu peito invade e neutraliza. Pega a parte sólida dessa coisa e a traga mais pra perto, quero preencher esse vazio alojado aqui por dentro.  Eu tenho urgência de sentir, de senti-la, de tocar...
     Quero rasgar esses soluços interrompidos, rasgar papéis já sem sentido, morrer de novo e nascer sem mais feridas.  Não quero mais andar descalça por ruas vazias, observar matrizes já se esvaindo, ainda que eu queira, é preciso mudar a tinta. Esse opaco todo já me desgasta, esta funerária interna que é tão sombria, foi só avesso que se exacerba.
     É um apelo, e é tão sincero...
     Traz essa coisa que eu tanto quero; razão de rosas perfumadas pelos cantos. Sobrevivência nesse pântano indiscreto, de vultos soltos espalhados, de faces molhadas por tanto pranto. Chama esse negócio desconhecido de uma vez, que ele venha e traga um pouco de felicidade, porque viver com um vazio é só viver pela metade.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Detalhes


Infinitos pensamentos vagos
Algo está passando por dentro
Arrastando metades, me desfazendo.
Pensamentos intrusos e corrosivos.

Algo está passando por mim
E mergulhando dentro do meu ego
Transformando minhas substâncias
Roubando minha realidade.

Um oásis de alegria transbordando
Eu me sinto rio a desaguar
Estou sendo invadida
E essa benevolência malevolente
Está inviabilizando minha razão.

Desconstruindo-me e renovando-me
Abraço mudo que tudo diz
O concreto e abstrato se misturam
A fórmula exata de um coração.

Antes dois... Agora um.
Antes só... Agora não mais.
Antes vazio... Agora completo.
Antes metade... Agora inteiro.

Olhar distraído vagando...
Ruas chuvosas, um encontro.
Meu pensamento em você.
Os cinco sentidos que te sentem tão bem.

A vontade de você
A necessidade de você
A saudade de você
Como se você já me fosse eu.

Você que é realidade
Já me foi sonho
Você que é meu presente
Também será futuro!

Um gesto, um jeito, um carinho
São motivos...
Motivos incertos e incalculáveis.
Está na essência, na fragilidade.


Como numa dança lenta
Ou uma melodia suave.
Como um dia ensolarado
Ou tardes em tempestades.

Você que eu sinto tão bem
Que se infiltrou em meus poros
Abrigou-se dentro do meu peito
E contraiu todos os meus músculos
Com a sua verdade, tão minha!

Você que me desmancha por inteira
Que me prende em seus laços
Que constrói novos passos.
Me reinventa,me molda, me acalenta.

Você que é contradição
Faz guerra e traz paz.
Baixa a cabeça, mas não solta minha mão.
Que entristece de tanta alegria.

Você que me faz nociva
Que me guarda por dentro,
Me toca por fora, me sente.
Você que me envolve, me enlaça.

Ah... Você!
Você é pequenos detalhes
E eu amo cada particularidade sua
Que faz de mim e de você um NÓS.

Esta poesia eu fiz especialmente para meu amor Júnior Vaz, espero que vocês tenham gostado.
Aproveitando para convidá-los a visitar o blog Pedacinhos do Céu, cheios de poemas tão lindos e leves de se ler. 

sábado, 7 de janeiro de 2012

Eles

[Ela]
Vestida com a delicadeza das flores
Caminhava como se composse uma canção.
Os olhos eram ninhos de abelhas
Possuíam um mel transparente
E revelavam a doçura da alma.

[Ele]
Vestido com a aspereza das folhas
Caminhava como se deixasse um pouco de si.
Os olhos eram escuros como a noite
Possuíam a triste solidão
E revelavam a frieza da alma.

[Eles]
Buquê exótico, composição.

[Ela]
Feita de sonhos.
Um sorriso transparecendo paz
Um olhar repleto de calma
O mundo era mágico quando a essência
Espalhava-se ávida à sua volta.

[Ele]
Feito de realidade.
Lábios rigorosos riscavam a guerra interna
Um olhar sério e perfurante
O mundo era uma dor profunda
Ao emanar as lembranças à sua volta.



[Eles]
Uma terceira dimensão entre o mágico e o real.

[Ela]
Mar...
Ondas agitadas a dissolverem na areia.
Um vai e vem alegre e dinâmico.
Profunda em sentimentos
Infinita bondade a se dissipar.

[Ele]
Rio.
Parado nas desilusões de seu âmago.
Barrento... Esperando a próxima pedra a ser atirada.
Raso de emoções,
Limitado de si mesmo.

[Eles]
Oceano de águas doces e salgadas.
 
[Ela]
Palavras.
Um grito intenso para o mundo.
A expressão de ser quem é
A voz que soa suave e feroz.
O revelar-se, mostrar-se e transparecer-se.

[Ele]
Silêncio.
Um calar-se com a existência inexistente.
A inspeção de ser quem é.
Um vagar por dentro de si
O conter-se, repensar-se e esconder-se.

[Eles]
O Silêncio de um Grito.



-Retornando...

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Um canto pra qualquer canto;

                                                                       Foto por Júnior Vaz.

Amor, um grande sentimento 
Que não é coisa de momento 
É ter argumento sem argumento 
É abandonar-se a si mesmo por um momento.
É nos abraçar-mos sentindo arrepio 
Coisa essa que dá até calafrio 
É não deixar o agora pra depois 
É fazer belas canções 
É querer proteger, enfrentar batalhões
Só para sempre te ter 
Poder amar você 
Sentir que está perto 
Mesmo em um canto, um lugar deserto 
É se conectar pelos pensamentos 
É aproveitar, segundos, minutos, todos os momentos
É querer acordar, e ao lado dá pessoa amada estar 
Dá um longo beijo, e com muito desejo se entregar.
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Tantas perguntas fazemos sobre o amor! 
Quando ele aparece pega a gente de jeito.
Faz dar arrepio no peito 
Faz a gente esquecer do mundo
Esquecer da dor.
Por um sengundo.
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Têm o amor apaixonado 
Têm o amor mal amado 
Têm o amor distraído
Têm o amor corrompido
Têm o amor de amigo
Têm o amor sem cupido 
Têm o amor esmolecido 
Têm o amor cheio de algria 
Amor esse que me contagia.
Têm o amor solitário
Que se prende no seu pranto 
Fica sozinho no canto 
Como um violão com notas tristes 
Como uma canção, que não mais existe.

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Feliz eu sou
Porque sinto o teu amor. 
Um amor que me pegou de jeito 
Sem aviso ele chegou e bateu no peito
Nem entendi direito 
Quando me vi, não me achei
Quando me esqueci, te encontrei
Deus nos unil, em um momento, em um segundo 
Com o desejo de ver nós dois, felizes Juntos!
Para vivermos com sabedoria e paz 
Mostrando que somos capaz 
De ser Feliz neste mundo de incerteza e dor 
Mas que têm salvação! E a salvação é o amor.


(Autor: Júnior Vaz)

Versos escritos pelo meu amor, dedicados a mim. E eu, com imenso prazer, compartilho essas lindas palavras no meu cantinho. Com felicidade sem fim, agradeço a você, Júnior Vaz, por tudo de bom que você me proporciona! Te amo.